Um homem, de negócios, sério e muito inteligente entra em uma das salas do seu escritório em Nova York. A sala é da sua Coach pessoal (!). Ele começa dizendo:
“- Quando eu cheguei a marca de 10 Bilhões, eu tive uma faísca de empolgação. Como se achasse uma nota de 20 dólares da calçada. E depois, nada. […] Tive um momento que vi a coisa toda, de cima, de dentro e de uma dimensão completamente diferente. Mas mesmo dessa perspectiva privilegiada, o que vi foi só feiúra. Talvez eu ainda não o tenha perdido, mas não houve nenhum sentimento de que tivesse vencido. Nenhum.”
Esse é o início de um diálogo de Bobby Axelrod com a Wendy Rhodes, da série Billions, que é uma das minhas séries favoritas. Fica ao lado (perde por pouco) de Suits. Eu sei. Calma. Vou deixar pra discutir séries boas (e ruins) em outro momento. Mas essas duas séries romantizam e glamorizam exatamente o que está me deixando profundamente doente e provavelmente você também, mas principalmente a sociedade moderna: o desempenho.
Eu conheci o termo sociedade do desempenho lendo o livro A Sociedade do Cansaço de Byung-Chul Han. Nesse livro, ele retrata de maneira objetiva e muito sintética, como as pessoas estão se tornando escravas delas mesmas e como isso as têm levado para um estado de doença neuronal.
Se antes existia demonização da hierarquia corporativa, onde o chefe do topo da pirâmide atordoava todos os outros níveis com diversos tipos de pressão, hoje esse _chefe” se tornou desnecessário, pois nós mesmos nos tornamos o nosso próprio carrasco.
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