A nova regra nas empresas de tecnologia tem um nome simples: FOCO.

Quando Steve Jobs voltou para o controle da Apple a primeira coisa que fez foi cortar a maioria dos produtos e projetos que estavam sendo desenvolvidos ou já no mercado. Você conhece essa história.

Ele foi expulso da própria empresa em 1985 e voltou pra resgatá-la em 1997. Uma das primeiras coisas que ele fez foi definir seu portfólio de produtos. Esses produtos iriam ser trabalhados por toda a empresa e seriam destinados para dois grandes segmentos de usuários: comuns e profissionais.

Os produtos eram divididos em duas categorias: portáteis e desktops. Pronto. Esse era o plano: ter apenas 4 linhas de produtos: dois para cada segmento de usuário.

Esse pragmatismo ajudou a Apple a se reerguer criando e inovando mercados com produtos incríveis.

Essa loucura de ter grandes portfólios de produtos ou de iniciativas nas empresas é uma falsa sensação de produtividade e domínio de mercado. É possível ter produtos aceitáveis com essa estratégia, mas não produtos excelentes.

Criar uma série de iniciativas de projetos, sejam experiências de descoberta ou iniciativas focadas no core da empresa traz ineficiência. Há a sensação de que todos estão entregando resultados palpáveis, mas na verdade os times estão trabalhando em projetos rasos e superficiais, que por causa da diluição do trabalho criativo e técnico, não há possibilidade de avançar com iniciativas realmente profundas e de alto impacto.

As empresas de tecnologia carecem de foco. E focar-se em poucos projetos é difícil, por requer alta eficácia. E eficácia vem antes de eficiência. Eficácia requer decidir o que não fazer, o que requer uma dose alta de desapego da alta liderança. Geralmente, nesse nível, há um nível extremo de achismos do que poderia dar certo. É um lugar onde a opinião reina.

Esse tipo de comportamento direciona a empresa para um cenário onde as apostas são continuadas, e mesmo que a maioria dos gestores não espere resultados imediatos, poucos aceitam vários anos de prejuízos (financeiros ou estratégicos).

A grande façanha de focar-se se da pelo fato de a alta liderança se empenhar em descobrir quais as iniciativas certas a serem feitas.

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